sábado, abril 18, 2009

Susan

Se há uma coisa de que não gosto é destes concursos baratos e duvidosos que, um pouco por todo o lado, prometem descobrir estrelas da moda, da música, do teatro ou do cinema. Um conjunto de novelas da vida real que entretém os tele-dependentes e prometem uma mudança de vida súbita.
O desenrolar dos acontecimentos é já há muito conhecido e aceite. O candidato apresenta-se e logo a partida é criticado e ajuizado antes ainda de dar inicio à sua performance. O denegrir a pessoa no final, faz parte do circo, mas deve valer os 4 minutos de televisão. Parece.

A Susan surpreendeu-me. Por além da sua postura que se apresenta humilde, segura e onde revela o seu prazer de cantar, surpreendeu ainda mais por ainda ter o sonho de se tornar uma cantora profissional. Fio isso que me surpreendeu mais nesta senhora que em nada se comporta como uma diva mas que conseguiu deixar as pessoas sem palavras.

Gostava de ter a certeza de chegar aos 47 e ainda conseguir ter sonhos. Gostava.
Cliquem no título e veja este clip.




quinta-feira, abril 09, 2009

Man on the Moon

Sempre tive uma relação especial com a lua. Não sei porque, mas olho para ela e me sinto aconchegado. Apesar de não ser praticante, tive desde sempre uma educação cristã que sempre me obrigou a ver o mundo segundo aqueles pontos de vistas que a minha educação me impôs.

Fui educado em pensar que quando uma pessoa falece, ela vai para o "alto dos céus". Mas onde fica isso? Confesso que esta questão já me fez muito pensar e que ainda não tenho resposta, pois não consigo visualizar e isso complica-me.

Ao contrário, consigo olhar para a lua e pensar que as pessoas de que já muito gostei e que já não estão comigo, possam lá estar a olhar para mim e tomar conta de mim.

Quase transparente no fim da tarde e extremamente iluminada ao inicio da noite, hoje a lua não me deixou um minuto. Estava de regresso a Lisboa e tive quase a certeza que alguém de lá de cima,,, estava a olhar cá para baixo, para nós. Esteve presente na viagem toda. Foi bom.

domingo, abril 05, 2009

Viva o João

O João partiu de viagem. Viva o João.

Foi umas das poucas coisas boas que me aconteceram naquele norte que não sento meu e que por razões pessoais insisto em não querer conhecer melhor. Insisto a querer distanciar-me dele. Sinto a pele impermeável de modo que não absorva nada que seja nortenho. Faço isso com tudo aquilo que me possa fazer sofrer. O norte é uma zona quente.
A partir de hoje tenho menos uma razão para gostar daquele sítio que não me pertence. Há uns meses, deu-me a sorte de conhecer uma pessoa excelente, pessoa esta que hoje, este mesmo norte, me voltou a tirar. Já tenho mais uma razão para não gostar daquilo. Mais uma razão para implicar mais e mais.

A troca de mensagens era frequente. A sensação de conseguir aliviar alguém nem que seja por segundos, sempre foi boa. Podem chamar a isso egoísmo, mas para além de saber que lhe dava prazer, também me dava prazer a mim.
A última mensagem foi de ontem a tarde, não consigo parar de a ler e não percebo nela nenhuma forma de despedida. Tinhas-me prometido um café, e eu tinha prometido levar-te no cimo da serra para se poder estar mais perto do céu.
Foste embora num dia de sol, sem manter a tua promessa. Não te perdoo.

Hoje perdi mais um bocado de mim.

Faz boa viagem João.