Não sou muito de postar coisas sérias, não porque não goste delas ou porque me incomodem, mas normalmente encaro este lugar de encontro como algo de mais trivial e leve. Afirmo aqui que nada tenho contra o trivial e o leve, mas a cultura e os bons raciocínios prefiro lê-los nos blogues de quem sabe. No meu blog, costumo ser pouco reflexivo e mais de impulsos.
Mesmo assim, hoje não posso mesmo deixar de partilhar, com quem passa por aqui, um livro que encontrei a semana passada em Madrid e que me condiciona o pensamento. Tenho de dizer que comprei o livro por questões profissionais e também porque o tema é um daqueles que me interessa desde sempre. O livro em questão "Cyborg" e cujo autor espanhol é Igor Sádaba é uma obra de uma curiosidade exemplar, porque consegue abordar as questões de diferentes pontos de vista e oferece uma panorâmica fabulosa à volta do assunto.
Hoje em dia utilizamos computadores de todo o tipo e de uma maneira inimaginável só até alguns anos atrás. De qualquer forma e espécie, os computadores são utilizados como ferramentas de facilitação das tarefas mais repetitivas mas também das que requerem especiais cuidados e a elaboração de grande quantidade de informação. Os computadores utilizados para inúmeras tarefas, são um auxílio que já moldou o nosso modo de pensar e de actuar, transformando-se rapidamente num prolongamento do nosso próprio corpo.
Mas o que se passa no momento em que estes objectos deixam de ser um prolongamento do nosso corpo para passar a fazer parte dele? Sim, porque o homem biónico já não é só um filme de ficção, mas neste caso a realidade já ultrapassa largamente o imaginário. A implementação, por exemplo, de câmaras oculares que permitam a devolução da visão à pessoas que já não viam há muito tempo é uma realidade de entre muitas que já fazem parte de muitas rotinas clínicas. A integração de elementos mecânicos em seres humanos já é uma realidade que pode levantar qualquer tipo de discussão e de pensamento.
Como Igor Sádaba diz, sempre fomos habituados a separar a matéria animada e orgânica daquela inanimada dos objectos, ficando pouco claro onde começa o humano e onde acaba a máquina, onde começa o natural e onde acaba o artificial.
Resumido aqui da forma mais simplista, o livro em questão propõe-se aqui como uma ferramenta de pensamento que nos obriga a reflectir sobre quem somos, por onde queremos ir e de que forma queremos faze-lo.
Aconselho o livro porque é excelente. Não consigo deixar de ler.
Mesmo assim, hoje não posso mesmo deixar de partilhar, com quem passa por aqui, um livro que encontrei a semana passada em Madrid e que me condiciona o pensamento. Tenho de dizer que comprei o livro por questões profissionais e também porque o tema é um daqueles que me interessa desde sempre. O livro em questão "Cyborg" e cujo autor espanhol é Igor Sádaba é uma obra de uma curiosidade exemplar, porque consegue abordar as questões de diferentes pontos de vista e oferece uma panorâmica fabulosa à volta do assunto.
Hoje em dia utilizamos computadores de todo o tipo e de uma maneira inimaginável só até alguns anos atrás. De qualquer forma e espécie, os computadores são utilizados como ferramentas de facilitação das tarefas mais repetitivas mas também das que requerem especiais cuidados e a elaboração de grande quantidade de informação. Os computadores utilizados para inúmeras tarefas, são um auxílio que já moldou o nosso modo de pensar e de actuar, transformando-se rapidamente num prolongamento do nosso próprio corpo.
Mas o que se passa no momento em que estes objectos deixam de ser um prolongamento do nosso corpo para passar a fazer parte dele? Sim, porque o homem biónico já não é só um filme de ficção, mas neste caso a realidade já ultrapassa largamente o imaginário. A implementação, por exemplo, de câmaras oculares que permitam a devolução da visão à pessoas que já não viam há muito tempo é uma realidade de entre muitas que já fazem parte de muitas rotinas clínicas. A integração de elementos mecânicos em seres humanos já é uma realidade que pode levantar qualquer tipo de discussão e de pensamento.
Como Igor Sádaba diz, sempre fomos habituados a separar a matéria animada e orgânica daquela inanimada dos objectos, ficando pouco claro onde começa o humano e onde acaba a máquina, onde começa o natural e onde acaba o artificial.
Resumido aqui da forma mais simplista, o livro em questão propõe-se aqui como uma ferramenta de pensamento que nos obriga a reflectir sobre quem somos, por onde queremos ir e de que forma queremos faze-lo.
Aconselho o livro porque é excelente. Não consigo deixar de ler.
3 comentários:
Os limites entre o corpo e os elementos exteriores sempre me fascinaram...principalmente a "troca" de características que ocorre entre um e outro nessa junção. A forma como elementos mecânicos se podem ser quase orgánicos e como o corpo pode parecer artficial. Existem vários livros e filmes sobre o tema, uns mais científicos, outros menos. Mas adoro os filmes do Cronenberg. A junção do homem e da máquina, a mutação do corpo, os limtes do ser humano, o que é que nos define e altera, tudo está presente nos filmes dele. Do Crash ao Videodrome, passando pelo Existenz e até A Mosca. Se quiser completar o lado cientifico do livro com algo mais "lúdico" são boas escolhas ;)
Já ha tanto ser mecanizado que nao se sabe reinventar e deixar a pele de cobra para outra vida... Mas entendo perfeitamente a questão que levantas.
Abraço
Verdade Catwoman,,, este tema oferece isso e muito mais, por esta razão me interessa. O Cronenberg é sem dúvida um excellente realizador com a capacidade de nos fazer pensar muito para além das imágens.
,,,, Daniel, não sei se não será a isso também que deveriamos chamar de desenvolvimento dos tempos, ou mais vulgarmente progresso,,, mas estas questões sempre existiram. O espirito de sobrevivência, a curiosidade e a lei do mínimo esforço são algumas dar razões pelas quais falamos tanto disso hoje em dia. Não penso muito no que fazer,,, mas mais nos limites e nas questões que isso levanta.
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